Câmera Record mostra brasileiros que fizeram transformações no próprio corpo

Sexta, 21 de Janeiro de 2022

Neste domingo (23), o Câmera Record vai exibir a história de brasileiros que fizeram transformações drásticas no próprio corpo.

O verão é, tradicionalmente, a estação oficial da vaidade. Nas praias e academias pelo país, sobram pessoas em busca da forma física ideal e de um corpo que beire a perfeição. Mas e quando isso atinge um patamar extremo?

Nome de craque, apelido de personagem dos quadrinhos e dos filmes, Romário dos Santos, morador de Caldas Novas (GO), cultivou desde cedo músculos que lhe renderam a fama de "Hulk brasileiro". A busca por um corpo de aparência forte, no entanto, o levou a um atalho perigoso: ele chegou a fazer aplicações de synthol - óleo injetável, que ajuda a inflar os braços. "Cada mês meu braço tinha uma medida diferente", conta.

O Hulk brasileiro ficou grande, mas não satisfeito. "Acaba virando uma obsessão e tudo que vira obsessão, acaba afetando o seu psicológico. Eu entrei em depressão, crise de ansiedade. Foi uma fase muito complicada da minha vida", ele admite.

Câmera Record encontrou Romário pela primeira vez em 2018. Ele malhava de domingo a domingo e comia nove refeições por dia - um volume de comida capaz de encher uma bacia. Hoje, o Hulk de Goiás está arrependido. "Foi um personagem que eu encarnei alguns anos atrás para poder substituir um vazio que eu tinha em mim", afirma. Mas e agora? Como lidar com os braços inflados - uma situação que parece irreversível?

Definitivas são também as mudanças feitas pelo tatuador Michel Prado. A pele é coberta por desenhos, os olhos são tingidos de preto, a língua é bipartida e o corpo tomado por cicatrizes e chifres artificiais. "Se deixar, toda semana ele quer fazer alguma coisa no corpo," conta a mulher dele, Caroline, que segue o mesmo estilo.

Especialistas ouvidos pelo Câmera Record afirmam que a motivação para transformações radicais pode ter muitas influências. "Algumas pessoas idealizam celebridades. Nenhuma cirurgia é isenta de riscos. Em algum momento, algum desses riscos vão se tornando realidade", afirma Leandro Faustino, cirurgião plástico. A psicóloga Simone Domingues também aponta outro fator estimulante. "Isso é muito reforçado nas mídias sociais. As pessoas buscam um padrão que, para elas, é um padrão a ser atingido", afirma.

O padrão ideal é bem diferente para Marcelo de Souza Ribeiro, 37 anos, conhecido como Bboy. Ele transformou o corpo em uma tela para as mais de mil tatuagens que já fez. Com 98% do corpo coberto por desenhos, BBoy é considerado o segundo homem mais tatuado do país, de acordo com a Associação dos Tatuadores e Perfuradores do Brasil. "Muitas pessoas perguntam para mim assim: 'você não tem medo de, quando ficar mais velho, se arrepender disso?' Jamais vou [me] arrepender de nada", diz.

Para o psicólogo Jacob Goldberg, muitas dessas transformações são formas de preencher 'vazios'. "A questão toda é de limite e de distinguir entre uma satisfação razoável e aquilo que é compulsivo, aquilo que o indivíduo não consegue controlar", explica.

 

Câmera Record deste domingo (23), vai ao ar 23h15, logo após o Domingo Espetacular.

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