O Repórter Record Investigação mostra o trabalho desumano nas lavouras do Nordeste

Quarta, 05 de Agosto de 2020

Adriana Araújo e equipe viajam até o semiárido nordestino para mostrar o trabalho desumano de adultos e crianças nas lavouras de sisal — matéria-prima para produção de cordas, chapéus e tapetes.

Eles trabalham até a exaustão para ganhar metade de um salário mínimo por mês. Muitos contam com a ajuda dos filhos pequenos para completar a renda da família e escapar da miséria. Outros vivem como nômades, de cidade em cidade, em busca da sobrevivência.

São trabalhadores que se arriscam nas plantações de sisal no semiárido nordestino. O sisal é uma planta em que se usa a fibra das folhas na produção de cordas, bolsas, chapéus e tapetes.

Durante 12 dias, os jornalistas Adriana Araújo, Laura Ferla e Gilson Fredy acompanharam de perto a triste realidade desses brasileiros. A edição é de Mariana Ferrari.

 

Miga começou a trabalhar nos campos de sisal com apenas sete anos. Virou cevador aos catorze anos. Cevador é o responsável pela máquina que separa a fibra do resto da planta, depois de colhida.

“Trabalho mais de 12 horas por dia. Eu acho que é escravidão, eu me sinto escravizado”, desabafa.

 

Cevadores como Miga podem sofrer acidentes graves ao operar o motor. Foi o que aconteceu com Jailton e Diodato. Os dois tiveram as mãos decepadas pela máquina.

“Eu tinha quinze anos quando a máquina cortou meu braço”, conta Diodato. Aos quarenta e três anos, Jailton ainda trabalha mesmo após ter perdido a mão esquerda ao manusear o motor. Agora, ele é resideiro — limpa as sobras da planta.

 

As crianças também carregam um fardo pesado nos campos de sisal. Os pais são obrigados a levar os filhos para as plantações, porque precisam aumentar a renda da família no final do mês.

“Recolho todas as folhas cortadas pela minha mãe, depois levo a carga para o jegue”, conta a jovem de treze anos.

 

Nossos repórteres também registram o dia a dia dos nômades sisaleiros. Esses trabalhadores viajam centenas de quilômetros, de cidade em cidade, atrás de trabalho. Para garantir a sobrevivência, até se isolam na mata.

 

Depois de uma semana longa e desgastante, os lavradores esperam sentados no chão para receber salário. Mas esse é o dia do pagamento ou da angústia para quem depende de 70 reais por semana para sustentar a família?

 

É reportagem exclusiva! É no Repórter Record Investigação desta quinta-feira (6), logo após a novela Jesus, na Record TV.

 

Crédito da foto: Divulgação/Record TV

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