Câmera Record mostra o drama de famílias despejadas durante a pandemia
O Câmera Record deste domingo (18), às 23h15, conta histórias de famílias despejadas que não conseguiram pagar o aluguel durante a pandemia.
Charlene Maia, 37 anos, está grávida de oito meses, mas os dias que deveriam ser de expectativa e alegria são de muita ansiedade: ela e o marido, Tiago, tiveram que deixar a casa em que moravam. Ele perdeu o emprego durante a pandemia e o casal se viu sem condições de pagar o aluguel do imóvel — um valor mensal de R$ 550. "Sentimento de incompetência mesmo, sabe. Triste demais. Não só eu, tem muito brasileiro que tá passando por essa situação", diz Tiago.
A vendedora ambulante Roberta de Lima teme um destino parecido. Ela é moradora de Heliópolis, uma das maiores comunidades de São Paulo e não consegue encontrar um trabalho formal. O proprietário do imóvel em que Roberta vive já entrou em contato sobre os aluguéis atrasados. "Eu já estou três meses atrasada e ele já falou para mim: 'Ou você paga, ou você desocupa'", diz ela.
De acordo com um levantamento feito por pesquisadores de faculdades de São Paulo, 2.430 famílias foram removidas de suas casas na capital paulista em 2020 — o dobro do ano anterior.
Nossos repórteres também acompanharam a situação de prédios invadidos por famílias carentes. Registramos a tensão durante a reintegração de posse, com a presença da polícia. "A gente tenta sair da rua, mas parece que a rua não sai da gente", diz Gracilaine Batista da Silva, uma das moradoras que deixou o local.
Em um momento delicado para todos, como ir em busca de alternativas? "A pandemia pegou todo mundo de surpresa. Ninguém sabia o que fazer — locador, locatário, juiz, advogado... N inguém sabia direito como lidar com essa crise", diz Jaques Bushatsky, advogado e diretor de Legislação do Inquilinato do Secovi-SP. "As pessoas passaram a entender que precisavam conversar", completa. No nosso podcast, ele dá outras informações importantes sobre a renegociação de dívidas.
Foto: DIVULGAÇÃO/ RECORD TV