Entenda os significados dos objetos arqueológicos usados na abertura de Gênesis
A abertura de Gênesis foi a primeira surpresa para quem acompanhou a estreia da nova superprodução da Record TV: desde a música-tema Começo de Tudo, da Banda Universos, a beleza da produção, das imagens até os diferentes objetos arqueológicos que mostram a história por trás do primeiro livro da Bíblia, encantaram a todos.
Esses elementos despertaram a curiosidade do público. São dez no total e podem ser encontrados em diferentes museus arqueológicos. Esses artefatos testificam os registros de Gênesis. Ou seja, ao contrário do muitos pensam, que a ciência contraria as informações que estão na Bíblia, na verdade, ela tem comprovado, um dia após o outro, a veracidade dos acontecimentos, dos personagens e das jornadas.
Para o arqueólogo Rodrigo Silva, o fato de a abertura novela Gênesis mostrar evidências históricas revela o compromisso com o roteiro. “Diz o ditado que texto fora de contexto gera pretexto. Portanto, a ambientação da trama deve ser o mais próximo possível do cenário em que tudo aconteceu, incluindo os usos, costumes e eventos históricos da época.”
O Iraque, por exemplo, foi um campo muito explorado por arqueólogos e lá foram encontrados muitos itens que nos auxiliam a entender a história das civilizações da Antiguidade.
Confira o significado de alguns artefatos!
Fundação de Ur – A cidade de Ur, de fato, existiu e estava localizada no atual Iraque, ao sul de Bagdá. Essa peça, localizada no museu britânico, em Londres, é uma tábua de pedra, inscrita com um texto cuneiforme. Esta foi uma dedicação ao Templo de Nin-Sun na antiga cidade de Ur, por Ur-Nammu. Ele era o rei da dinastia Ur III. Em Gênesis conheceremos a história do quinto e último rei da Terceira Dinastia de Ur, Ibi-Sim.
Representação do Zigurate de Ur – Um Zigurate é uma forma de templo, criada pelos sumérios e comum para os babilônios e assírios e construído na forma de pirâmides terraplanadas. Em Ur, o Zigurate era parte de um complexo de templos que servia como centro administrativo da cidade, e era um santuário do deus lunar Sin. O arqueólogo britânico Sir Leonard Woolley escavou as ruínas do Zigurate de Ur nas décadas de 1920 e 1930. O Zigurate de Ur existe até hoje. É um local onde, certamente, Terá e sua família circulava / frequentava.
Estandarte de Ur – Foi encontrado pelo arqueólogo britânico Sir Leonard Woolley em 1927/1928 no cemitério real, na antiga cidade de Ur. Ele estava em um dos maiores túmulos reais de Ur, o túmulo PG 779, associado com Ur-Pabilsag, um rei que morreu por volta de 2550 a.C. O Estandarte possui três faixas horizontais que retratam o cotidiano do povo de Ur. Além disso, possui referências aos soldados, vestimentas reais, simbologias religiosas e trabalho escravo. Uma peça valiosa que ajudou a construir elementos para a novela.
Jogo real de Ur – Em sua expedição, Woolley localizou dois tabuleiros de jogo. Esses tabuleiros aparentam terem surgido no Século XXVI a.C. sendo que um deles está exposto no Museu Britânico, em Londres. Inclusive, algumas versões do jogo são fabricadas e distribuídas.
Joias da Mesopotâmia – No antigo Egito as joias simbolizavam poder e riqueza. O conceito de joia na Mesopotâmia servia para adornar tanto humanos como estátuas e eram feitas de metais com pedras, preciosas ou semipreciosas, mas normalmente muito coloridas. As cores predominantes era o azul e vermelho. O azul, pois, naquela região existia uma importação grande da pedra chamada “lapis lazuli”, com uma coloração azul, que servia para adornos, decorações e pinturas. O achado dessas pedras será retratado na novela. Essa peça, especificadamente, foi encontrada intacta em um cemitério de Ur. Dizem pertencer a Rainha Puabi. Outra curiosidade é que essas peças foram reproduzidas com precisão para a novela, porque era costume que as mulheres ricas da época usassem muito ouro, e “lapis lazuli”.
Estela de Ur Nammu – Ur-Nammu foi o fundador da terceira dinastia de Ur (2047 a 2030 a.C). Ele proporcionou estabilidade econômica e social. Sua popularidade entre seus súditos é aparente em estelas e inscrições. Estelas mesopotâmicas serviam ao propósito de comemorar atos e conquistas dos reis, e informar a população iletrada através de grandes relevos, que visavam transmitir uma mensagem. Essa reconstrução não existe mais, ela havia sido feita pelo Museu Penn, mas depois de cerca de 50 anos foi desfeita e nunca mais foi reconstruída. Os fragmentos ainda se encontram no Museu Penn. O propósito da Estela talvez tenha sido o de comemorar a construção do complexo do Templo de Nanna e do seu zigurate.
Manuscritos Bíblicos de Gênesis – Os manuscritos são considerados a versão mais antiga do texto bíblico. Os textos mais antigos de Gênesis em hebraico datavam da Idade Média do ano 1000 de nossa era. Contudo, em 1947, um garoto beduíno encontrou por acidente nas grutas de Kirbert Qumran no deserto da Judeia alguns vasos cilíndricos de barro contendo antigos pergaminhos que mais tarde se revelaram ser cópias manuscritas de livros bíblicos e não bíblicos datados de até 270 anos antes de Cristo. Doze cavernas foram exploradas pelos arqueólogos sendo que 11 delas continham centenas de textos muitos fragmentados, mas que traziam copias e mais copias antigas do texto sagrado. Várias copias de Gênesis foram também encontradas demonstrando grande semelhança com os textos hebraicos medievais o que demonstra a tremenda preservação textual da Bíblia sagrada. Os manuscritos estão em grande parte guardados no Museu de Israel e alguns no museu de Aman na Jordânia.
Busto de José do Egito – Numa série de escavações, conduzidas por ele desde, como eu falei nos anos 1960 mais precisamente de 1966 para cá, por Mandred Beitak, trouxe à luz o que, para muitos, teria sido o túmulo temporário de José no Egito, antes que seus ossos fossem transportados na saída do povo hebreu. Ali ele encontrou fragmentos de uma enigmática estátua cujo rosto foi desfigurado, mas o cabelo em grande parte preservado. Todos os traços de cabelo e vestimenta eram semitas ou asiáticos e não egípcios. Além disso, restos de tinta mostram que o indivíduo usava uma túnica colorida e era um provável vizir de faraó mesmo sendo estrangeiro. Embora os arqueólogos não sejam taxativos na identificação do indivíduo, a maioria admite que estes detalhes coincidem bastante com o relato da história de José. José recebeu uma túnica colorida do pai, o que também será retratado na superprodução.