Câmera Record mostra o drama de superobesos que não conseguem perder peso
Uma ambulância e nove bombeiros. Em plena pandemia, uma operação de resgate foi a única forma encontrada para salvar Rogélia de seu maior inimigo: a obesidade. Por causa do peso, ela vive há quatro anos sem sair da cama. Esta é uma das histórias que vai ser apresentada na reportagem "A vida acima dos 300 kg", que vai ao ar no Câmera Record deste domingo (17).
A professora aposentada mora no Rio de Janeiro, e não consegue lembrar de um período da vida em que não tenha sofrido por causa dos quilos a mais. Ainda criança, Rogélia já usava roupas com tamanho de adulto. "Eu nunca fui magra. Eu lembro que, aos 6, 7 anos, eu vestia jeans 46, 44", conta. Hoje, especialistas acreditam que Rogélia tenha passado dos 300 quilos — por causa dos problemas de locomoção, é difícil conseguir pesá-la.
Ela é o extremo de uma situação que cresce no Brasil. Uma pesquisa do IBGE aponta que, entre 2002 e 2019, o percentual de pessoas obesas em idade adulta mais que dobrou no país: foi de 12,2% para 26,8%. "Vida moderna, as facilidades que nós temos, acesso à comida rápida, industrializada... Muitas coisas estão mudando no mundo, do ponto de vista de ganho de peso, pra pior", explica o endocrinologista Malebranche da Cunha Neto, do Hospital Moriah.
Mas Rogélia não perde a esperança. Nesta jornada para emagrecer, ela tem todo o suporte do marido, Roberto. Os dois se conheceram pela internet. Na época, ele sofria de gastrite e pesava em torno de 47 quilos. Rogélia estava com 127. A diferença não impediu que um sentimento forte surgisse. "No primeiro momento em que eu vi a Rogélia, foi aquela coisa de alma gêmea mesmo. Independente do corpo, algo mais profundo", relembra Roberto.
Nem todos os olhares entenderam este amor. "Já fizeram piada comigo e com ela na rua. A Rogélia ficava triste com isso", conta o marido. Chateada, ela comia mais e mais. Com 135 quilos, ela ainda encarou uma gravidez de risco. A filha nasceu saudável, e hoje está com 15 anos. Mas a mãe nunca parou de engordar. "Eu fui a quase 200, fui a 190 kg. E aí começou a minha luta. A obesidade me paralisou", diz Rogélia.
A pouco mais de 200 quilômetros dali, um homem enfrenta um desafio parecido: diminuir os números na balança que já acusa mais de 300 quilos. Jorge só conseguiu se pesar depois que a equipe do Câmera Record localizou uma balança industrial na cidade onde ele mora — Cruzeiro, no interior de São Paulo. Foi em maio do ano passado — o equipamento mostrou que ele estava com aproximadamente 307 quilos.
Oito meses depois, reencontramos Jorge. Ele agora recebe acompanhamento especializado. "Estou comendo muito menos do que eu comia, as besteiras, bobeiras", diz. Mas o que mudou mesmo para Jorge foi a rotina em família. Após a exibição da primeira reportagem do Câmera Record, ele reencontrou um amor antigo, Monique. "Depois da reportagem que eu vi ele na televisão, eu comecei a conversar com a mãe dele. Eu queria ajudar, arrumar uma forma, sabe?", ela conta. Você vai descobrir como foi este reencontro. E mais: Jorge topa novamente o desafio, se pesa diante das nossas câmeras e tem uma grande surpresa.
No podcast da semana, a nutróloga Ana Luisa Vilela analisa os efeitos que levam ao limite um corpo acima dos trezentos quilos.
Você não pode perder! É no Câmera Record deste domingo (17), depois do Domingo Espetacular, com apresentação de Luiz Fara Monteiro.