"Fazer alta gastronomia com ingredientes caros é fácil", diz Luciana Berry
Direto de Londres, na Inglaterra, onde trabalha e mora atualmente, a vencedora da segunda temporada do Top Chef Brasil, Luciana Berry, está com a bagagem maior — e não estamos falando de malas ou do merecido troféu que recebeu na final: “Participar do reality foi uma experiência encantadora, é o sonho de todo chef e fui muito privilegiada ao ser escolhida e poder estar ali".
Se participar já é bom, ganhar a competição foi ainda melhor: "É um reconhecimento da Luciana que conseguiu colocar todas as suas ideias nos pratos e foi bom poder dividir isso com as pessoas que estavam assistindo”, afirma a chef.
Ela não segura os elogios aos participantes que compartilharam os episódios e a Casa Top Chef com ela: “São muito competentes, foi uma honra. O César manja muito, tinha mesmo que estar na final. O tempero da Taty era uma coisa de louco! Uma pena que o Matheus e o Rafa saíram no começo, o Kaká também com o trabalho molecular, fiquei muito impressionada com os chefs ali”.
Mais do que o grande prêmio ou o título, ela destaca a oportunidade de evoluir no reality: “Aprendi com meus erros, não revidei e não questionei, Peguei todos os meus erros e críticas e me deixei moldar”, comenta Luciana.
O percurso foi longo e algumas provas mostraram que a participante estava no caminho certo: “A mais importante foi a do Brunch, e por morar em Londres foi uma responsabilidade maior. Mas eu queria abrasileirar e mostrar a nossa gastronomia, colocando coisas simples”, relembra a chef, que inclui no cardápio cuscuz nordestino e feijão tropeiro, todos segundo ela feitos com muito amor.
Outro ponto alto da Top Chef na competição foi levar a jurada Ailin Aleixo às lagrimas ao preparar um prato com mandioca: "Foi a coisa mais linda do mundo poder valorizar o que é nosso, um ingrediente que vai da mesa do pobre ao rico, de norte a sul do Brasil, do café da manhã ao jantar. Mostrar um ingrediente tão simples em alta gastronomia e poder extrair a versatilidade da mandioca. Levei a mandioca para outro planeta”, comenta.
Talento, ousadia e personalidade fizeram toda a diferença para Luciana vencer a competição comandada por Felipe Bronze: “Eu faço o que acho que é certo, eu boto a minha assinatura. Eu gosto de arriscar, não quero fazer nada fácil, brinco com os sentidos e a memória afetiva”, explica.
A chef avisa: “Fazer alta gastronomia com ingredientes caros é a coisa mais fácil que tem. O difícil é pegar o barato do dia a dia e transformar em alta gastronomia. Então, quando eu ganhei o prêmio e fui direto para a final, tive a certeza que estava fazendo a coisa certa”.
E quem pensa que o confinamento pesou nos seus dias, está muito enganado: “Foi uma delícia, parecia que eu tinha 17 anos e estava em uma colônia de férias”.
A chef continua sua luta para mostrar a cultura e a identidade do Brasil lá fora. “Tem muita gente no Brasil que não dá valor para a nossa gastronomia. Temos uma riqueza imensa. Se a gente não dá o valor para a nossa gastronomia, como os outros vão dar? Vamos valorizar o que é nosso, a gente só cresce assim. O Brasil não é só um país do futebol e que se come carne ou feijão”, desabafa emocionada.
Para finalizar, ela fez questão de elogiar a postura de Felipe Bronze, Ailin Aleixo e Emmanuel Bassoleil ao longo do reality: “Fiquei impressionada com a elegância nas críticas construtivas. Quem trabalha com gastronomia sabe que não é fácil, que você rala muito e ganha pouco. Não precisa gritar para dar audiência”, comenta.
Veja o momento em que Luciana foi eleita a Top Chef:
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