Douglas Cardoso dos Santos, de 41 anos, saiu da Bahia em busca de trabalho, e garante que não sabia que a ex-companheira estava grávida. Hoje, 22 anos depois, ele vive no Rio de Janeiro. Já não consegue emprego e foi morar na rua. A pandemia piorou a situação. “Começou essa doença aí e o patrão dispensou”, ele conta. Douglas agora está em busca de um recomeço: quer voltar para a terra natal e encontrar a filha que nunca conheceu.

Sair das ruas para buscar a família é uma decisão muito mais difícil do que pode parecer. “A rua é mais do que um espaço físico. É um conjunto de regras, de interação social, e as pessoas acabam se adaptando. Criam-se laços de solidariedade nas ruas. Então, é um processo muito complicado”, explica Fraya Frehse, socióloga da Universidade de São Paulo. “Já aconteceu da gente estar na rodoviária com tudo resolvido, a pessoa falar que vai fumar do lado de fora e ir embora”, revela Michele Montenegro, fundadora de uma ONG que ajuda moradores de rua.

O repórter Rogério Guimarães acompanhou Douglas na viagem de ônibus do Rio de Janeiro até a cidade de Macajuba, na Bahia. Percorreram juntos quase 2.500 quilômetros. “Agora é vida nova. Eu quero conviver com a minha filha”, disse Douglas. O desfecho desta viagem surpreendeu nossa equipe.

A equipe do Câmera Record também conhece a história do pedreiro Ronaldo Teixeira, 50 anos. Ele saiu de Mato Grosso para trabalhar no Rio de Janeiro. Acabou sendo assaltado e ficou sem dinheiro para voltar para casa. Precisou dormir na rua. “Eu me sentia o resto do ser humano. Eu me sentia um lixo”, conta. Agora, Ronaldo também vai ter a oportunidade de voltar para casa.

Já Marcelo Sabino, de 43 anos, teve um reencontro difícil diante das nossas câmeras. O pai dele foi irredutível: “Não tem conversa com ele mais. É um filho que tá riscado. Não existe mais para mim”. Será possível reconstruir esta relação?

Apresentado por Sérgio Aguiar, o Câmera Record vai ao ar neste domingo (2), às 23h15, na Record TV!

Crédito da foto: Divulgação/Record TV