Passando mal? Saiba como procurar atendimento em tempos de Covid-19
Hospitais da rede pública e particular de Belo Horizonte têm adotado protocolos para separar pacientes com suspeita de Covid-19 de pessoas com outras enfermidades para evitar que haja propagação do contágio pelo novo coronavírus.
Dessa forma, quem precisar de um atendimento médico, no Pronto Socorro, por exemplo, deve ficar atento à triagem e comunicar a um profissional de saúde, logo na entrada se está sentindo ou não algum sintoma respiratório, como falta de ar.
Na rede pública, os pacientes podem continuar procurando atendimento médico na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) mais perto de sua casa. Em Belo Horizonte, de acordo com a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), logo na triagem, o paciente com suspeita de Covid-19 deve ser transferido para o Hospital Eduardo de Menezes, na região do Barreiro, que é a referência em atendimento pelo novo coronavírus. Pacientes com menos de 13 anos são encaminhados para o Hospital João Paulo II (antigo CGP), na região hospitalar.
A partir do fim do mês, pacientes com suspeita de Covid-19 poderão ser encaminhados também para o Hospital de Campanha Expominas, que está sendo montado dentro do centro de eventos.
O paciente ainda deve ficar atento porque o protocolo da secretaria determina que ele receba máscara cirúrgica logo no início do atendimentoe seja encaminhado para uma sala isolada assim que chega na UPA.
Os profissionais de saúde que prestam esse primeiro atendimento também devem portar EPI (Equipamento de Proteção Individual), como máscara respiratória N95, proteção ocular, luvas, gorro e capote descartável. As normas constam no Plano de Contingência - Infecção Humana pelo SARS-Cov-2, editado em fevereiro.
Ainda segundo a SES-MG, outros estabelecimentos de saúde, que possuem isolamento respiratório, podem passar a receber pacientes com suspeita de Covid-19, para que haja capacidade de responder à demanda, sobretudo em casos de internação.
O plano também prevê que, para outros casos que não estejam relacionados ao novo coronavírus, mas que exijam internação, a Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) desenvolveu um Plano de Contingenciamento de Capacidade Hospitalar “para que não haja desassistência dos outros casos clínicos que necessitam de tratamento e internação”, segundo a pasta.
Rede particular
Para quem tem plano de saúde, os hospitais têm optado por isolar pacientes que chegam com algum problema respiratório já na triagem. Dentro dos estabelecimentos, há uma separação física para esses dois tipos de pacientes e, via de regra, pacientes com sintomas de Covid-19 não podem nem mesmo pegar o mesmo elevador de um paciente com outro problema.
O R7 procurou as maiores redes hospitalares de Belo Horizonte para saber como elas se organizaram em meio a essa pandemia. Confira:
Hospital Madre Teresa: o hospital separou a Portaria 2 para receber pessoas com sintomas gripais. A unidade conta com cerca de 20 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para receber pacientes com suspeita de Covid-19 que precisarem de internação.
Segundo o hospital, é possível expandir o número de vagas, desde que haja "auxílio do estado e do município principalmente para aquisição de equipamentos, aparelhos e insumos já em falta neste momento".
A Portaria 3 recebe pacientes de urgência em outras especialidades, como ortopedia, cirurgia geral, neurologia, cardiologia e clínica médica.
Rede Mater Dei: as unidades da rede Mater Dei também fazem separação entre os pacientes já na entrada. De acordo com a vice-presidente Assistencial e Operacional, Márcia Salvador Geo, quando chega em uma unidade, um paciente gripado ou com suspeita de Covid-19 é encaminhado para uma área separada.
— Ele é atendido por uma equipe específica para esse determinado paciente. Ela não sai dessa área para atender um paciente não-suspeito
Os fluxos de pacientes comuns e suspeitos de coronavírus também são separados dentro do próprio hospital, inclusive para que não haja compartilhamento de elevadores, por exemplo.
Hospital Lifecenter: um profissional de saúde classifica pacientes na entrada do hospital e os que apresentarem sintomas típicos de Covid-19, como febre, tosse, dor de garganta e e cansaço, são encaminhadas para um determinado setor isolado. Pessoas com sintomas de dores abdominais, déficit neurológico, dor torácica e até mesmo queda, dentre outros, são encaminhadas para um setor físico diferente no Pronto Atendimento.
De acordo com o infectologista e médico intensivista Guilherme Lima, o hospital criou, no atendimento e nos andares, "ambientes especificos para pessoas com sintomas respiratórios"
— O objetivo é atender em espaços físicos diferentes, quando comparados aos pacientes com outros problemas de saude.
Hospital Vera Cruz (HVC): com unidades físicas separadas, mas próximas umas às outras na região do Barro Preto, o HVC separou fisicamente pacientes com suspeita para o novo coronavírus, dos demais, como explica o diretor técnico e superintendente-geral do hospital, Porfírio Andrade.
— Temos uma estrutura de 4 módulos. No Pronto Atendimento, separados duas entradas, uma para pacientes com sintoma respiratório e, outra, sem. No caso dos pacientes de Covid há uma específica para eles, inclusive com ambulatório e fluxo separado.
Nos outros módulos do hospital, o atendimento continua para pessoas que não têm queixa respiratória, como problemas gastrointentestinais, ortopédicas, doenças reumatológicas, dentre outros.