Debate na RecordTV Minas é marcado por propostas e críticas
O debate promovido pela RecordTV Minas entre os candidatos ao governo do Estado, neste sábado (29), foi marcado pela apresentação de propostas, mas, sobretudo, pela troca de farpas entre o senador Antonio Anastasia (PSDB), que lidera as pesquisas de intenção de voto, e o segundo colocado, o governador Fernando Pimentel (PT). Ambos aproveitaram o espaço para destacar ainda a corrida à presidência da República.
Pimentel foi o primeiro a disparar críticas ao adversário. Ele aproveitou o tema sorteado pela emissora - hospitais regionais - para alfinetar o tucano sobre obras inacabadas quando Anastasia governou Minas Gerais, de 2010 a 2014.
De acordo com o petista, o antecessor deixou mais de 500 obras paralisadas, entre elas hospitais de saúde. O atual governador buscou a estratégia de associar o tucano ao presidente da República, Michel Temer, com baixa popularidade:
- Senador, o senhor deixou paralisado as obras dos hospitais regionais, além delas, mais 511 obras paralisadas. Deixou o Estado com um rombo gigantesco. Não satisfeito com isso, no plano federal, tomou posição de apoio ao presidente Temer. O senhor, na verdade, é o grande responsável pelo golpe de estado, travestido de impeachment. O senhor apoiou a reforma trabalhista, apoiou a venda do pré-sal para empresas estrangeiras, apoiou a famigerada emenda que coneglou os gastos da saúde e educação. Tudo isso somado, gera uma trajetórias cheias de equívocos e escolhas erradas. O senhor se arrepende destas escolhas? O senhor faria tudo de novo? O senhor continuaria aliado do presidente do presidente Temer?
Anastasia, por sua vez, criticou a situação financeira do Estado, como vem destacando desde o início da campanha. Ele recordou que o governo está em débito com os municípios e que a escassez de repasses às cidades prejudica os moradores.
- É impressionamente mesmo como o candidadto Pimentel tem a coragem de, primeiro, se candidatar novamente ao governo. Ele que arruinou as finanças do Estado de Minas Gerais. (...) Lamentavelmente, sem nenhuma eficiência, sem conhecer a máquina pública, aumentou de mais as despesas e cometeu graves equívicos. Que obras o Pimentel realizou? Pergunta um conhecido seu nos 853 municípios. A obra que fez foi deixar dívidas para os municípios e não pagar o salários em dia. É com muita tristeza que nós observamos o governo de Minas nesta situação, de baixa autoestima e de carência absoluta e ele ainda tem coragem de fazer a indagação que fez.
A troca de farpas continuou com os candidatos destacando seus candidatos à presidência da República. Anastasia disse, por exemplo, que Alckmin estará no segundo turno e vencerá a disputa:
— O meu candidato a presidente é o (ex-)governador Geraldo Alckmin, do Estado de São Paulo, do meu partido, do PSDB, que irá para o segundo turno e ganhará as eleições. Tenho a impressão que o candidato Pimentel — ele acha que governa São Paulo, onde o PSDB governa há 24 anos. Porque lá os professores recebem em dia, lá as prefeituras não têm calote, lá os serviçso básicos funcionam regularmente...
Pimentel, por sua vez, afirmou que o petista Fernando Haddad já se comprometeu, se eleito, a ajudar a sanar as finanças de Minas Gerais por meio de uma negociação entre governo do Estado e o federal:
— Ajuste fiscal é uma negociação necessária, imprescindível com o governo federal. (Mas) impossível com o governo (do presidente Michel) Temer, que é sustentável pelo PSDB, inclusive, nominalmente, pessoalmente pelo candidato (Antonio) Anastasia. Com Fernando Haddad (eleito) presidente, não é promessa — ele esteve em Minas Gerais —, nós vamos sentar e negociar e resolver o problema fiscal de Minas Gerais.
Além dos dois, outros quatro candidatos participaram do debate: Adalclever Lopes (MDB), Dirlene Marques (PSOL), Claudiney Dulim (Avante) e João Batista Mares Guia (Rede).
O candidato do Avante, Claudiney Dulim, destacou que, se eleito, vai trabalhar para uma educação melhor em Minas Gerais. Ele afrmou, porém, que é preciso, primeiramente, tratar a questão dos salários dos servidores (o pagamento do funcionalismo vem sendo escalonado desde 2016):
— Precisamos tratar a questão dos salários dos servidores. A partir do segundo biênio, vamos ter uma educação em Minas Gerais voltada para tecnologia, educação...
O emedebista Adalclever Lopes, que é presidente da Assembleia Legislativa, defendeu a união dos políticos para sanar as contas do Estado. E defendeu que a dívida do Estado com a União seja renegociada:
— Fizemos uma proposta clara e a primeira era fazer um ajuste fiscal. O Estado precisa fazer isso urgentemente. Temos de juntar todos os políticos. Sem ódio, sem rancor, sem sigla partidária...
A candidata do PSOL, Dirlene Marques, ressaltou a importância de o Estado investir na educação infantil:
— Estamos centrando nossa discussão na educação infantil como uma forma de que tenha qualidade de que aquelas crianças consigam progredir na educação de forma intensa.
O sociólogo Mares Guia, da Rede, disse que, se eleito, também irá valorizar a área da educação:
— Os resultados (da educação de Minas Gerais) quando fui secretário de Estado foram os melhores do Brasil. Olha os resultados de Minas hoje: alguns dos piores.
Assista ao debate na íntegra pelo Playplus.com ou no Portal R7.