Sem dúvida, boa parte do público de Os Dez Mandamentos foi às lágrimas ao assistir à cena em que Moisés avista a sarça ardente e ouve as palavras de Deus. Você já parou para pensar como uma planta poderia pegar fogo com tanta perfeição visual? O R7 conversou com a equipe de efeitos especiais da novela, que contou como foi feito o trabalho em computação gráfica.

Na cena em que Moisés se depara com a sarça em chamas, o público não viu nada além de uma imagem feita em 3D, conta o produtor de efeitos da Rede Record, Rick Ramos. 

─ É uma árvore muito específica, então seria inviável encontrar algo igual e colocar fogo, correndo o risco de não queimar. Decidimos fazer em computação gráfica. Nossa equipe recebeu imagens enviadas pelo diretor da novela, Alexandre Avancini, e pela autora, Vivian de Oliveira. Daí, produzimos e modelamos uma planta de acordo com nossa referência.

Para “marcar o território” da planta, ou seja, indicar o ponto certo em que ela seria inserida nas imagens através da computação gráfica, a equipe usou um garfo de fogo durante a gravação.

─ O Guilherme Winter precisava olhar para o lugar em que a árvore seria colocada pela equipe de efeitos, assim como nós tínhamos que ter alguma referência no local. Por isso, criamos um garfo de fogo, que seria uma espécie de ferro com a parte de cima em chamas. Depois, apagamos o garfo no computador e inserimos a sarça.

Acrescentar uma planta em chamas às imagens brutas não foi a única tarefa da equipe de efeitos. Rick Ramos conta que alterações foram feitas no local em que Guilherme Winter gravou a cena, com a ajuda do computador.

─ Quando Moisés sobe o Monte Sinai, ainda está claro. Nesta cena, a planta já aparece atrás do personagem Moisés, já inserida pela nossa equipe. Não havia qualquer árvore. O restante da cena foi gravado com o tempo nublado, à noite. Precisamos mudar o céu, então retiramos o céu negro e sumimos com algumas árvores que não poderiam aparecer na imagem final. O céu ficou mais colorido e lúdico.

A imagem mostra o resultado do trabalho da equipe de efeitos especiais. Do lado esquerdo está a imagem real e, no direito, a planta foi inserida com ajuda da computação gráfica.

O produtor explica que a árvore foi construída em 3D, assim como o fogo. Todo o trabalho durou quase uma semana. 

─ É como se estivéssemos modelando uma planta, mas dentro do computador. Depois, calculamos uma sequência de fogo em 3D para ser aplicado. Levamos quase 14 horas somente para o cálculo do fogo e mais 12 horas para transformar a informação que o computador gerou em imagem, colocando informações de luz e sombra. No total, fizemos a cena completa em seis dias, com três turnos e duas equipes.

Segundo Rick Ramos, é de extrema importância que um produtor de efeitos acompanhe qualquer cena em que será necessário o auxílio da computação gráfica.

Foto: Divulgação/Record.