Repórter Record Investigação mostra os efeitos das cheias e da seca nas comunidades ribeirinhas

Domingo, 18 de Agosto de 2024

O ano de 2024 será lembrado para sempre pela catástrofe das chuvas no Rio Grande do Sul, que mataram dezenas de pessoas e destruíram cidades inteiras. Enquanto as famílias gaúchas se recuperam, o Repórter Record Investigação desta segunda-feira (19) mostra os efeitos das mudanças climáticas no outro extremo do país, no documentário "Exilados pelo clima na Amazônia". As equipes do programa acompanham de perto as consequências devastadoras das cheias e da seca, cada vez mais frequentes na Amazônia, e contam histórias de brasileiros afetados pela crise ambiental. O programa traz ainda uma entrevista exclusiva com Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima. 

"O aumento da frequência e incidência desses eventos têm sido provocados pela desestabilização, pelo aumento das temperaturas globais," explica a diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), Patrícia Pinho.                              

Um dos últimos estados brasileiros na fronteira é vítima de um rio que, ironicamente, tem o mesmo nome que ele. O rio Acre, que garantiu a sobrevivência dos ribeirinhos por centenas de anos, é hoje o que causa uma destruição cada vez mais frequente.

"A água nos expulsou. Uma sensação desanimadora, difícil até de explicar com palavras. Não tem como você não se emocionar. Você vê o local que você nasceu, que você cresceu, como um cenário de guerra," conta o professor Dimas Gurgel. A casa em que os pais dele moraram durante 50 anos foi destruída pela última cheia do rio.

Em Brasileia, também no Acre, a prefeitura aposta em uma medida drástica para tentar proteger a população: mudar a cidade inteira para um lugar mais alto e protegido das enchentes.

No Amazonas, o problema é o oposto. A seca torna cada vez mais recorrente o fenômeno das "terras caídas": erosões que derrubam casas e ameaçam moradores. "Tudo que eu perdi de material não me fez falta. Mas o meu esposo me fez falta. Tem um vazio muito grande," desabafa a dona de casa Ângela Maria de Araújo. O marido, Raimundo, morreu vítima de um deslizamento no ano passado, na vila de Arumã, no município de Beruri.

O Banco Mundial estima que, nos próximos 25 anos, a América Latina alcance a marca de 17 milhões de pessoas obrigadas a deixar suas casas por causa de catástrofes do clima, os chamados "refugiados climáticos".

O Repórter Record Investigação vai ao ar nesta segunda-feira (19), às 22h45. 

 

Crédito da imagem: divulgação/Record

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