Vendas de “foto na hora” no Centro de BH minguam após lançamento do novo RG
Ponto forte da identidade sonora do Centro de Belo Horizonte, o famoso “foto na hora, foto” vive um momento de declínio e pode deixar de existir.
Antes de explicar o motivo, o repórter Pablo Nascimento contextualiza a força simbólica destes profissionais. São vendedores que ficam de segunda a sexta-feira, na Praça Sete, coração da cidade, com o objetivo de conquistar clientes que precisam de fotos 3x4.
O local estratégico fica em frente à UAI (Unidade de Atendimento Integrado) Praça Sete, instituição dedicada a resolver diversos serviços para a população, como a regularização de documentos.
E para atrair quem precisa da foto para os documentos, os vendedores não poupam esforços com os gritos: “foto na hora, foto”. Dificilmente uma pessoa vai passar pelo Centro de BH sem ouvir a frase.
Dito isto, Pablo explica à ameaça que preocupa os vendedores: “Ela veio com o lançamento da nova Carteira de Identidade Nacional (CIN). A produção do documento é feita por um sistema nacional unificado. O cidadão é fotografado na hora, pelos próprios funcionários responsáveis pelo registro.”, conta.
O resultado da conta é simples: praticidade para quem precisa do documento e redução nas vendas de foto 3x4. O repórter passou uma tarde na Praça Sete conversando com as pessoas que marcam ponto lá diariamente para tentar laçar os clientes. Os relatos são os mesmos.
Uma dessas pessoas foi a Rosana de Fátima Santana. Uma mulher de meia idade, que mantém as unhas e cabelo sempre em dia e que trabalha no local há 16 anos. “Foi minha filha que me trouxe para cá”, conta sobre o início da jornada empreendedora no coração de BH.
Antes, ela trabalhava como faxineira em um condomínio. Ela deixou o emprego de carteira assinada para tentar aumentar a renda e ter uma rotina menos desgastante. “Antes, aqui dava dinheiro”, comentou antes de revelar que o cenário mudou. Segundo ela, o atendimento a uma média de 25 clientes por dia ruiu para apenas quatro.
E o que fazer para manter a família? Rosana começou a vender outros produtos, como aplique capilar e ouro. Tudo na hora!
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Crédito da imagem: Pablo Nascimento/Record Minas