Abrigo antiaéreo de tradicional prédio no Centro de BH vai ser aberto à visitação
O bunker (abrigo antiaéreo) do Edifício Acaiaca, um dos mais tradicionais e maiores prédios de Belo Horizonte, vai ser aberto à visitação. O espaço fica no subsolo do edifício que tem 30 andares. Para receber os visitantes, o local passa por reforma, que está prestes a ser concluída. “Já estamos colocando os pisos. Eu calculo que deve ficar pronto em até 60 dias”, estima Antônio Rocha Miranda, administrador do condominio.
“O Edifício Acaiaca foi construído durante a Segunda Guerra Mundial. Nessa época havia um decreto do presidente Getúlio Vargas que exigia a construção de bunkers nos prédios construídos naquele tempo”, explica Miranda sobre a origem da área de proteção. Na prática, ele nunca foi usado como protetor antiaéreo. Nos últimos anos a área foi usada como depósito do condomínio.
O Edifício Acaiaca tem 120 metros de altura. Ele fica na avenida Afonso Pena (uma das principais da cidade), entre as ruas Espírito Santo e dos Tamóios. Na fachada, duas grandes esculturas de figuras indígenas chamam atenção de quem vê de longe. As imagens seriam em homenagem à Tribo Acaiaca, conhecida pela bravura.
O projeto do prédio é do arquiteto Luiz Pinto Coelho, do ano de 1943, com inspirações no art decó, estilo que destaca as linhas retas e retângulos bem marcados. A inauguração aconteceu em 1947.
Em quase 80 anos de existência, o Acaiaca fez parte da história da cidade. O prédio comercial já abrigou escritórios de grandes empresas, a sede da extinta TV Itacolomi, primeira emissora de televisão de Minas Gerais, sede de faculdades, cinema e até igreja.
Outra fama que o edifício carrega é a de ter um dos elevadores mais rápidos da cidade. Ele sobe 25 andares em 20 segundos, em uma velocidade de quase 20 km/hora. Eu testei e garanto: é rápido mesmo.
Tirolesa
E olha, o síndico promete mais novidades. Ele planeja construir uma tirolesa entre o prédio e o Parque Municipal. Uma atividade de lazer para ligar dois pontos marcantes da cidade. Este, por ora, ainda não tem data para sair do papel.
Quem conversa com o Antônio Miranda percebe o amor que ele tem pelo prédio. A explicação está na relação de longa data. “A minha relação com o Acaiaca vem da infância. Eu estive com o meu pai aqui nos anos 1940, com apenas sete anos. Eu olhava para cima e via a grandiosidade do prédio. Então, eu pedia que ele me trouxesse aqui. Ele me trouxe no 25º andar e eu tive a impressão de entrar em um foguete, de tão rápido que é o elevador”, relembra.
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Crédito da imagem: Fred Magno/O Tempo