Economia e alfinetadas marcam debate com candidatos ao governo de Minas Gerais

Terça, 23 de Outubro de 2018

Os dois candidatos ao governo de Minas Gerais no segundo turno das eleições 2018 — o empresário Romeu Zema (Novo) e o senador Antonio Anastasia (PSDB) — aproveitaram o debate promovido na tarde deste sábado (20) pela RecordTV para detalhar ao eleitorado os respectivos planos de governo, mas também para atacar o projeto de governo do adversário e se defenderem de críticas disseminadas nas redes sociais nos últimos dias.

Ambos destacaram ideias econômicas, focando boa parte do discurso na geração de empregos, um dos principais desafios para o próximo governante do Estado, uma vez que o Estado acumula cerca de 1,5 milhão de pessoas fora do mercado de trabalho.

De acordo com Anastasia, é necessário "criar um ambiente favorável em Minas Gerais ao aumento de empresas de qualificação para que o poder público tenha condições de permitir que o emprego seja criado no Estado":

— Emprego hoje é uma grande preocupação dos mineiros. Temos mais de 1,5 milhão de desempregados em Minas Gerais e temos de reverter isso. Temos de reverter através de uma política que crie um ambiente favorável em Minas Gerais ao aumento das empresas aqui.

Zema, por sua vez, destacou que "Minas é estado mais inóspito para investir no Brasil". E culpou a burocracia e o conjunto de leis tributárias complexas:

— Vi agricultores saindo de Minas Gerais e indo para Goiás porque há sete anos estão aguardando uma outorga de água e, até o momento, não tiveram nem um sim nem um não. Minas está perdendo empregos porque os nossos governantes estão na ilha da fantasia e não no mundo real.

Jornalistas

Os candidatos precisaram esclarecer temas delicados questionados por jornalistas convidados a fazerem perguntas durante o segundo bloco do debate. 

Anastasia, por exemplo, refutou que haverá interferência do senador — e agora deputado federal eleito — Aécio Neves (PSDB) — em seu governo, caso seja eleito. O neto de Tancredo é tido como o principal padrinho político do postulante ao Palácio da Liberdade:

— O senador (Aécio Neves) não fará parte do meu governo e nem seus familiares.

Zema também precisou se explicar sobre o trecho do seu plano de governo que trata da desigualdade social. Segundo o documento encaminhado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o empresário defende que o Estado não deve intervir na questão, devendo a desigualdade ser combatida pela geração de riqueza pela própria sociedade. Zema esclareceu o seguinte:

— Queria deixar bem claro: a coisa que mais prezo é igualdade de oportunidades. Todo mineiro deve ter acesso a escola pública de boa qualidade. Agora, dizer que todos os alunos que frequentarem escola pública de boa qualidade vão se epenhar muito é uma história diferente. Mas toda desigualdade nasce quando falta esta igualdade de oportunidade. E é isso que nós queremos.

Troca de farpas

Os candidatos não deixaram de trocar farpas. Anastasia avaliou que o plano de governo do adverário é fraco ao destacar, ironicamente, sua felicidade em saber que Zema leu o plano de governo encaminhado pelo PSDB ao TSE. A crítica foi feita durante uma resposta sobre parceria do Estado com a iniciativa privada:

— Ele (Zema) tem um (plano de governo) vazio, porque recusa a todo momento a existência do seu próprio. É claro que eu sou a favor da parceria com o setor privado, inclusive já fizemos muitas. Aliás, no seu plano de governo, está a referência positiva à PPP (Parceria Público-Privada) que fizemos no meu governo ao sistema penitenciário. Está lá a sua menção elogiosa e eu agradeço, falando que Minas Gerais foi o primeiro Estado a fazer com o setor privado na área das penitenciárias. Nós fizemos em várias áreas como no sistema de atendimento ao cidadão e outros segmentos. O que eu discordo é a da privatização de serviços públicos essenciais como saúde, educação universidades, Epamig, Emater, e da venda das estatais Cemig e Copasa que são o patrimônio dos mineiros. E da Codemig que deve ser utilizada para nós alavancarmos novas parcerias com o patrimônio que tem.

Zema aproveitou a resposta de Anastasia para alfinetá-lo. Da mesma forma, o PSDB:

— O partido do ex-governador foi o primeiro do Brasil que fez — lá atrás — as privatizações com as empresas de telefonia. Parece que eles não têm uma decisão correta. De vez em quando dizem que privatizar é bom; outras, que não é bom. O que eu quero lembrar é que no meu governo o que nós queremos é um governo amigo de quem trabalha, que não atrapalha o pequeno agricultor, que não atrapalha quem quer construir uma empresa e, hoje, aguarda meses por uma licença ambiental e um certificado sanitário. Minas tem hoje só perdido empresas. Por onde eu fui em todo Estado, na Zona da Mata, no Triângulo Mineiro, o que eu vi foi empresas indo embora. Somos um Estado que maltrata quem investe. 

Confira como foi o debate na íntegra:

O programa com os postulantes que passaram para o segundo turno foi feito neste sábado (20), a oito dias da eleição.

Paulo Henrique Lobato, Do R7

 

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